quinta-feira, 3 de maio de 2007

Exposições: o corpo visto por dentro


Está a chegar a Portugal uma das exposições que mais polémica tem causado em todo o mundo. “Bodies – The Exhibition”, adaptada em português como “O Corpo Humano como nunca o viu”, abre ao público no próximo sábado, dia 5 de Maio, e fica patente, no Palácio Condes do Restelo, no Príncipe Real (Rua da Escola Politécnica, nº 42) até ao final de Setembro. Eu já vi. Não é propriamente uma exposição que se possa apelidar de bela, mas, efectivamente, considero que é algo que não se deve deixar de ver. Não é chocante ao ponto de ferir susceptibilidades. E olhem que eu não sou muito adepta deste tipo de assuntos. Consegue-se ver do princípio ao fim, mesmo sabendo que tudo o que ali está é real. São corpos e órgãos humanos, de gente que morreu no hospital, e que agora servem para mostrar o nosso interior. Conservados por técnicas muitíssimo especiais, nomeadamente através de silicone líquida, as peças ali apresentadas têm um aspecto aborrachado e por isso mesmo dão a ideia de ser bonecos. Talvez a parte que incomode mais é a que respeita ao desenvolvimento fetal, com a presença de embriões e fetos que não vingaram no ventre materno, mas quem não quiser passar por essa galeria pode seguir caminho por outro lado, devidamente indicado, sem perder mais nada. Os responsáveis desta exposição acreditam que ela venha a produzir efeitos pedagógicos e por isso mesmo, ao lado de um pulmão completamente calcinado pelo tabaco existe um depósito para os visitantes deixarem os seus maços de cigarros. A ideia é sair dali com vontade de fazer uma vida mais saudável, mas, contudo, não é uma exposição massacrante.

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