quinta-feira, 25 de setembro de 2008

“Quando viste o teu pai pela última vez” - do fundo da alma



Há muito que sou fã de Collin Firth e mesmo sem ter feito qualquer pesquisa sobre este novo filme não hesitei um momento em marcar presença no visionamento de imprensa de “Quando viste o teu pai pela última vez”. E ainda bem que o fiz. O filme não é muito comercial e por isso não vai contar com muitas cópias a circular pelos cinemas nacionais, mas eu gostei muito de o ver. É uma história verídica e aponta para um lado introspectivo. Toda a acção é dividida entre o presente, quando um homem já organizado na vida (casado, pai de dois filhos e escritor reconhecido) se depara com a morte do pai, e todas as lembranças da infância e juventude que ele tinha guardado bem lá no fundo do coração para não mais recordar. Até ao dia em que se depara com a morte eminente do pai. Ao longo de uma hora e meia, descobrimos um adulto fragilizado pela vida que o pai levou, em que enganava a mãe com outras mulheres que inclusivamente frequentavam a sua casa, que o humilhava em público querendo que ele arrebitasse para a vida de homem adulto, quando ainda era uma criança. Ao longo dos anos, sempre foi acumulando ódios e raivas que dificilmente contava aos outros e até chegou a desejar a morte do pai, mas é quando estas coisas fatídicas acontecem que se começa a perceber melhor quem vivia connosco. Aquele homem agora adulto volta à casa de antigamente, ao seu quarto de adolescente. Volta a viver tudo aquilo que o entristecia e vai conseguindo, de certa maneira ir desculpando e até percebendo, agora que também ele é adulto, a vida do pai. É um filme triste. É um filme sério. É um filme que nos faz pensar. E mais uma vez Collin Firth volta a encantar. O sotaque é completamente britânico, mas a história podia passar-se em qualquer casa, até na nossa. Estreia na próxima semana, dia 2 de Outubro e eu recomendo-o vivamente.

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