quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Aloés levam “Canção do Vale” ao D. Maria II



Estreia amanhã e prolonga-se até dia 14 de Dezembro a nova peça dos Teatro dos Aloés, “A Canção do Vale”, na sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II. O palco é de prestígio, o grupo com provas dadas e eu que já tive o privilégio de assistir ao ensaio garanto: vele mesmo a pena. De Athol Fugard, autor sul-africano reconhecido internacionalmente e onde o grupo foi buscar a inspiração para o próprio nome (há uns anos apresentaram “A Lição dos Aloés”, do mesmo autor), a peça é muito rica emocionalmente. Transmite valores valiosíssimos. Com José Peixoto, fundador do grupo, e Carla Galvão em palco, a peça mostra a relação de um avô que ama incondicionalmente a sua neta mas vive atormentado com a possibilidade de a ver partir para outras paragens. Ele é velho e nunca saiu da sua aldeia. Gosta da terra. É agricultor. Tem raízes profundas e apenas quer assegurar a continuidade das plantações, prolongando assim também o ciclo da vida. Ela é jovem. Tem sonhos e anseia ver outras gentes, conhecer outras cidades. Só tem o avô no mundo e por isso também o ama incondicionalmente, mas não pode estar presa àquela terra para sempre. Quer mais. Sonha mais e tem que partir em busca dos sonhos. Ele nasceu antes do Apartheid ela nasceu depois. Têm visões da vida e do mundo completamente diferentes. É uma história que vive acima de tudo pelos conflitos interiores de cada um. Dos sonhos retidos. Quem os não tem? Gostei muito do que vi e sai de lá a querer saber mais e mais sobre os dois. Se há peças que valem a pena ver nestes próximos dias, esta é uma delas. Em cena, de quarta-feira a sábado às 21h45 e domingo, pelas 16h15. A peça tem uma 1h45 de duração. O Vida Maravilha Recomenda.