quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Agente DiCaprio em “O Corpo da Mentira”



É um dos filmes grandes deste final do ano e há até quem fale que tem capacidade para ser chamado a uma das Estatuetas Douradas, na edição do próximo ano dos Óscares. “O Corpo da Mentira” estreia em Portugal na próxima quinta-feira, dia 20, e mostra um Leonard DiCaprio definitivamente maior. Há muito presença habitual em grandes e mediáticos filmes, DiCaprio é nesta história um persistente e cheio de bons princípios agente da CIA. Está no Médio Oriente, para descobrir uma célula perigosa da Al Qaeda e faz tudo por tudo para evitar derramar sangue, mas isso é o que acaba por não faltar neste filme de Ridley Scott, realizado a partir da obra escrita pelo jornalista David Ignatius, do Washington Post. O terrorismo e os ataques medonhos não só aos Estados Unidos mas a uma qualquer cidade europeia voltam assim a ser o mote para o cinema americano, mas desta vez mostrando um jogo de espiões e mesmo de poderes novo. Através do agente Ferris (DiCaprio), vemos como tudo é controlado a partir dos Estados Unidos, através de satélite e que uma coisa é o que os olhos no terreno vêem e sentem, outra, completamente diferente, é o controlo por imagem que os operacionais norte-americanos fazem no conforto do lar. Nos EUA encontramos Ed Hoffman, também numa óptima interpretação de Russell Crowe, um agente que vai tomando decisões, na maior parte das vezes sem comunicar a quem está no terreno. A ideia é que não se pode confiar em ninguém, mas a verdade é que isso muitas vezes prejudica. E aqui vai prejudicar. Permitindo-nos vislumbrar vários pedaços do mundo, esta história viaja para vários pontos do Médio Oriente, mas também para a Europa, este filme é extremamente realista e tem um momento final bastante tenso. Porque de facto não sabemos se o herói escapa ou não, porque poderá sempre ser transformado em mártir. Também não sou eu que vou desvendar. O filme merece ser visto.

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