quinta-feira, 17 de março de 2011

António Torrado

Hoje, o escritor António Torrado vai à escola da C. O encontro era para ter sido em meados de Janeiro, mas o senhor ficou doente e só hoje é que os miúdos vão poder falar com o autor e ter os seus livros autografados. A C ficou em êxtase na escola. Não propriamente por ter a verdadeira noção do que é falar com um autor, o escritor de algumas das histórias que eu lhe leio à noite, mas porque para ela qualquer acontecimento fora do normal da escola significa festa. Quando em Janeiro foi anunciada a vinda do escritor, o recado enviado para casa, com uma semana de antecedência, dizia que era possível às crianças comprarem um livro, para depois António Torrado o autografar. O encontro estava previsto para uma segunda-feira, e eu na quinta-feira anterior mandei o dinheiro num envelope com o recado para ela escolher o livro à vontade dela. Quando chegou a casa trazia “A Galinha Ruiva” e disse “Era o único que havia, mãe.” Isto em resposta ao meu espanto, porque “A Galinha Ruiva” já ela tinha, não na adaptação deste autor, mas da colecção Tocar da Dom Quixote. Nesta escola é assim, mal anunciam qualquer coisa o melhor é comprar logo, porque os pais, todos, sem excepção, participam na hora, faltando um mês se for preciso para a ocasião. Ora eu que estou habituada ao ritmo de Lisboa em que tudo se resolve no dia D, acabo por ser apanhada desprevenida. Mas, faltavam três dias, senhores, três dias. Nem sequer me deixei ficar a dormir. Mas adiante. Ficámos com o livro, claro, mas senti nela alguma tristeza. Hoje quando cheguei à sala dela perguntei se não havia possibilidade de comprar outro livro. Ela tinha ido o caminho todo a dizer que queria ter “O Espelho Mágico” e eu comprei. Ficou com dois livros para autografar e acredito que logo à tarde, quando a for buscar, venha feliz da vida. Como só ela sabe demonstrar. Espero bem que sim.

Nenhum comentário: